6 de mai. de 2011

GUERRILHA DO ARAGUAIA: A Presença do Exército em Imperatriz



as fotos acima o Exército em ação na guerrilha


umas das casas alugada pelos guerrilheiros em Porto Franco


o jantar de despedida dos guerrilheiros em Porto Franco antes de irem para o Araguaia

No dia sete de setembro de 1970 foram presos na rodoviária de Belém-Pa., na hora que embarcariam para Imperatriz, João Capiberibe, (hoje Senador e ex-Gov. do Amapá), sua mulher Janeth e sua cunhada Eliane Góes, que viriam com o propósito de juntar aos outros que já estavam integrados nas comunidades da região no mesmo dia prenderam também em Belém, o advogado Carlos Augusto Sampaio, no interior de um ônibus que estava chegando a Imperatriz, vindo também de Belém, José da Silva Tavares. Mostrando que o Exército já sabia da ação dos revolucionários aqui na região.

A partir daí, o Exército desencadea a primeira operação em Imperatriz, em buscar dos já descobertos guerrilheiros, operação denominada de “Operação Carajás” com poucos soldados, pois não sabiam a dimensão da guerrilha e subestimaram a capacidade dos revolucionários.





OPERAÇÃO MESOPOTÂMIA
Em agosto de 1971, chegava em Imperatriz o Exército com um contingente entre três a quatro mil soldados em uma operação de guerra Imperatriz parecia o Vietnã, em todos os lugares de Imperatriz, era soldados do Exército, como a cidade naquela época não tinha quartel, tiveram que suspender as aulas nas escolas pública para alojar os militares ficamos muitos dias sem aula. Essa operação foi bem articulada com veículos e armamentos pesados, comandando pessoalmente a tropa veio o General Antonio Bandeira.

O Juçara Clube que na época era apenas um salão coberto de palhas, foi requisitado pelo Exército para em sua área armarem barracas de lona que viria servir de enfermaria para a tropa.




RODROBRAS E PRISÕES
Antiga Rodobras (hoje a sede do DNIT foi o local escolhido para ser o Quartel General da operação, onde faziam os interrogatórios e as prisões dos suspeitos, só nos dois primeiros dias na cidade, foram feitas trinta e duas prisões, treze presos foram mandados imediatamente para Brasília.



PRISÃO DE MEU PAI
Entre os trinta e dois presos, estava meu pai, um dia por volta de dezessete horas, chegam na nossa casa um jipe do Exército com ordem de prisão para meu pai. Todas as pessoas que conheciam ele estranharam a prisão, meu pai um simples cidadão, sem nenhum vínculo partidário ou ideológico, não pertencia a nenhum grupo político, porque da prisão então? vinte quatro horas depois ele foi liberado, não explicou para nós muito bem porque de sua prisão.

Só em 2009 soubemos detalhes de sua prisão veio aqui em nossa cidade um jornalista de Brasília do “Correio Braziliense” fazer um reportagem sobre a operação Mesopotâmia e procurou meu pai, que já tinha falecido a mais de nove anos. Foi publicada depois uma reportagem contando que nos arquivos da operação do Exército, existia uma carta de meu pai para o Ministro do Exército na época, Gen. Orlando Geisel, protestando contra algumas alterações na operação do ano anterior aqui em Imperatriz. Vieram autorizados a efetuar sua prisão



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AEROPORTO
Era o point da garotada pela intensidade de aviões militares decolando e pousando, era uma festa todos sem aulas, o aeroporto era no centro da cidade ficava entre o Hospital Materno Infantil e o SENAI quando os aviões Hércules iam decolar, o vento que saía da turbinas do motor, era tão forte que jogava todos para trás, mesmo segurando nas arvores e cercas a garotada adorava.



Os militares ofereciam para os garotos, barras de cereais e chocolates que poucos conheciam e os alimentos dos soldados eram um kit com ração embalados no saco plástico verde com o símbolo do Exército, continha Feijão em pó, arroz integral e outras coisas, eram muitos ruins e ele não gostavam e davam para garotada que corriam para suas casas como se tivessem ganho um troféu não gostavam também, o que se aproveitava para brincar era um fogão que tinha dentro do kit bem pequeno com alcool gelatinoso.

Um comentário:

  1. Cleto, vc lembra do caso dos meninos Jorge e Josué, de 12 e 15 anos que haviam pulado no Tocantins, fugindo de uma lancha militar ? Na época, a história correu de boca e boca, de eu um deles dentro d'água havia arriado as calças e mostrado a bunda para os militares Isto ocorreu em Lagoa Verde. Vc lembra disso? Qual era o nome de seu pai? VC TEM FACEBOOK ? alberto.santos.3538@facebook.com

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