9 de out. de 2017

SUPERAÇÃO: Estudante com dislexia e paralisia cerebral se forma em história

Nem mesmo o diagnóstico de paralisia cerebral, a baixa visão e a limitação motora impediram que o jovem Luiz Garcia, 30 anos, realizasse o sonho de uma graduação. O estudante foi aprovado em duas universidades federais e optou por cursar bacharelado e licenciatura em história na Universidade de Brasília (UnB).
A formatura foi no mês passado. No fim de semana, com o diploma em mãos, o jovem viajou com a família para o estado de São Paulo para mais uma conquista: a cirurgia de córnea que poderá lhe devolver a visão plena.
Em meio aos preparativos para mudança, o estudante recebeu o G1 em sua casa, na Vila Nova, em São Sebastião. Luiz disse que enfrentou desafios durante os cinco anos de formação, mas que “tudo ficou mais fácil” com o apoio dos pais e colegas tutores.
Devido à dislexia – um transtorno de aprendizagem – e à baixa visão ocasionada pela paralisia cerebral, Luiz tem dificuldades para ler e escrever. Todo o conteúdo foi aprendido na sala de aula, em áudios enviados por amigos e nas apostilas lidas pelos pais, que eram armazenadas em um gravador.
Quando precisou entregar trabalhos, Luiz contou com o apoio do pai para transcrever o que ele ditava. A tecnologia também deu uma mãozinha. "Aprendi a usar o microfone do teclado do celular para redigir textos", conta.
O estudante atribui a escolha do curso aos bons professores que teve, e ao interesse por disciplinas da área de humanas. Ele diz que ainda pretende cursar jornalismo e no próximo ano vai tentar a aprovação em outra instituição pública – a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Desafios
Como não tem sustentação nas mãos e nas pernas, Luiz se move em cadeira de rodas. O jovem conta, literalmente, com os braços do pai, o autônomo Luís Garcia, para realizar tarefas básicas enquanto está fora de casa, como se alimentar e ir ao banheiro.
Desempregados, pai e mãe do dedicado Luiz decidiram enfrentar o momento de crise com a visão empreendedora. O casal é autônomo e começou a vender marmitas no campus da UnB – uma solução encontrada para gerar renda para família e, ao mesmo tempo, estar perto para atender às necessidades do filho.
Desníveis, buracos e falta de banheiros adaptados à cadeirantes também foram alguns dos obstáculos para acessar as salas de aula no campus da UnB. Em cinco anos de curso, Luiz relata três quedas entre um pavilhão e outro. “Cheguei a ficar dois meses sem ir às aulas”.
Paralisia cerebral
A mãe de Luiz, Rosana Garcia, teve o filho no sexto mês de gestação. Prematuro, ele nasceu de parto normal, com 900 gramas. “Os médicos achavam que ele não ia sobreviver”. Rosana diz que mesmo sem ter o pulmão formado, nem outros detalhes como cílios e sobrancelhas, Luiz “sempre se superou”.
O diagnóstico de paralisia cerebral só veio quando o bebê estava próximo de completar 1 ano. Luiz tinha limitações para andar, espasmos e dificuldades de coordenação motora. Segundo a mãe, a causa da patologia nunca foi informada pelos médicos.

3 de out. de 2017

Instituições superiores de Imperatriz não podem mais realizar novas matrículas

A Justiça Federal determinou que a FEGV (Fundação Educacional Getúlio Vargas) e as instituições Faculdade Cidade de Ganhães (Fagig), Faculdade de Ciências Wenceslau Braz (Facibra), Faculdade Santo Augusto (Faísa), Faculdade Atual (Faat), Universidade de Iguaçu, Faculdade de Selvíria (Fas) e a Faculdade de Ciências Humanas de Vitória (Favix) se abstenham de realizar novas matrículas e ofertar Curso Superior nos 21 municípios abrangidos pela Subseção judiciária de Imperatriz.
A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República de Imperatriz.
De acordo com MPF, o Centro de Educação Básica e Superior Getúlio Vargas (FEGV) oferece de forma irregular os cursos de Pedagogia, Serviço Social, Educação física, Letras, Teologia História e Filosofia. A empresa não poderia ofertar os cursos pois não era uma Instituição de Ensino Superior, não possuía nenhum registro no sistema E-MEC e por isso não podia emitir diplomas. Com o objetivo de sanar a irregularidade, a instituição firmou parceria com outras instituições de ensino superior para validar seus certificados, mas elas não possuíam autorização do MEC para atuarem nos municípios.
“Essa oferta de cursos irregulares é comum na região tocantina e traz severos prejuízos às pessoas que residem em Imperatriz e municípios vizinhos. Elas se tornam alvo fácil para empresas que desenvolvem as atividades de forma irregular e podem ser lesadas ao acreditar estarem cursando o ensino superior e, ao término do curso, não conseguirem o reconhecimento de seus diplomas, perdendo o investimento financeiro e de dedicação aos estudos”, alertou o procurador da República Armando César Marques de Castro.
Assim, a Justiça Federal decidiu que as instituições Fundação Educacional Getúlio Vargas (FEGV), Faculdade Cidade de Ganhães (Fagig), Faculdade de Ciências Wenceslau Braz (Facibra), Faculdade Santo Augusto (Faísa), Faculdade Atual (Faat), Universidade de Iguaçu, Faculdade de Selvíria (Fas) e a Faculdade de Ciências Humanas de Vitória (Favix) se abstenham de realizar novas matrículas e de divulgar por qualquer forma de expressão ou comunicação, a oferta de Curso Superior ou Pós-Graduação, na modalidade presencial ou à distância com aulas ministradas nos 21 municípios abrangidos pela Subseção judiciária de Imperatriz (Açailândia, Amarante do Maranhão, Buritirana, Campestre do Maranhão, Cidelândia, Davinópolis, Estreito, Governador Edison Lobão, Imperatriz, Itinga do Maranhão, João Lisboa, Lajeado Novo, Montes Altos, Porto Franco, Ribamar Fiquene, São Francisco do Brejão, São João do Paraíso, São Pedro da Água Branca, Senador La Rocque, Sítio Novo e Vila Nova dos Martírios).
As instituições foram condenadas, ainda, a informarem em dois jornais de grande circulação de Imperatriz e respectivos sites, um resumo da decisão judicial.
Foi fixada multa diária de R$ 10 mil para cada dia de atraso e descumprimento da decisão.

SUPERAÇÃO: Estudante com dislexia e paralisia cerebral se forma em história

Nem mesmo o diagnóstico de paralisia cerebral, a baixa visão e a limitação motora impediram que o jovem Luiz Garcia, 30 anos, realizasse o ...