8 de jun. de 2011

AI, AI, AI: Suzano adia construção de novas fábricas de celulose no MA e PI; ações caem





A Suzano reviu mais uma vez o cronograma para a construção de duas novas fábricas de celulose, no Maranhão e Piauí, adiando o início das operações das unidades que terão, cada uma, capacidade de 1,5 milhão de toneladas.

O presidente da empresa, Antonio Maciel Neto, atribuiu a decisão ao câmbio desfavorável, aos custos para acelerar a construção das unidades e, principalmente, à necessidade de manter a solidez financeira da companhia. Os investimentos estimados nas duas linhas de produção são de 4,6 bilhões de dólares.

A fábrica no Maranhão, que pela última previsão deveria iniciar atividades em abril de 2013, terá começo da operação em novembro do mesmo ano. Em 2011, os aportes nessa unidade serão de 1,154 bilhão de reais, parte de um orçamento da Suzano de 3,5 bilhões de reais para o atual exercício.

A Suzano também postergou a compra de equipamentos industriais para a fábrica no Piauí para o primeiro semestre de 2014, antes planejada para o final de 2012 ou começo de 2013. Diante disso, o início das operações dessa fábrica ficará para o primeiro semestre de 2016, cerca de um ano e meio após o programado inicialmente.

Segundo Maciel, antecipar as novas fábricas “traria muitos custos”, e a companhia optou por uma abordagem mais conservadora.

Às 13h03, as ações da Suzano tinham queda de 3,85 por cento, cotadas a 12,98 reais. Os papéis não integram o Ibovespa, principal índice do mercado acionário local que exibia leve queda de 0,11 por cento.

O crescimento médio anual da produção de papel e celulose da Suzano deve ser de 14 por cento no período 2010-16, menor do que os 18 por cento entre 2004 a 2010, disse Maciel.

“Um ritmo um pouco menor, mas mesmo assim muito forte, pouquíssimas empresas crescem dois dígitos por ano mais de 10 anos seguidos.”

Em 2012, a Suzano planeja investir 4 bilhões de reais e no ano seguinte outros 2,2 bilhões de reais. O total para o triênio 2011-13 é de 9,7 bilhões de reais.

O plano de negócios de longo prazo da Suzano também considera uma terceira nova fábrica de celulose, depois das unidades no Maranhão e Piauí, mas ainda não há detalhes.

ALAVANCAGEM
A Suzano estima uma relação entre dívida líquida e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de 3 a 3,5 vezes para este ano. Em março, o indicador estava em 3,3 vezes.

Para manter a alavancagem apesar dos maiores investimentos, a companhia deve vender uma participação de 17,9 por cento que tem na usina hidrelétrica de Capim Branco (MG), se desfazer de terras não utilizadas no Estado de São Paulo, além de emitir 1,2 bilhão de reais em debêntures conversíveis em ações que serão compradas pelo BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em outra frente, a Suzano planeja vender para um parceiro estratégico até 49 por cento da Suzano Energia Renovável, unidade de negócios de biomassa a partir do eucalipto criada em julho do ano passado.

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