Todos os dias ocorrem milhares de abalos sísmicos. Se tais fenômenos fossem todos de grande intensidade, as consequências, obviamente, seriam catastróficas, provocando, diariamente, graves e profundas alterações no cenário do planeta, com milhares, quem sabe até milhões, de vítimas fatais. Para sorte nossa, no entanto, pouquíssimos são os terremotos e maremotos que possuem magnitude bastante para tirar-nos a paz e o sossego.
Assim também é no mundo político, em cujo tabuleiro não é qualquer mexida de pedra que é capaz de gerar consequências realmente relevantes. É o caso, por exemplo, por incrível e extraordinário que pareça à primeira vista, da eleição do deputado Arnaldo Melo para presidir a Assembleia Legislativa pelo próximo biênio, em pleito disputado por ele e pelo deputado Manoel Ribeiro, após Ricardo Murad, até então considerado como franco favorito para comandar a Casa, ter desistido de concorrer ao cargo.
Talvez por não entenderem bem como funcionam as engrenagens e sutilezas do jogo político, e muito menos a lógica, não raro oblíqua e perversa, que nele impera, alguns “analistas” mais apressados enxergaram na vitória de Arnaldo Melo uma acachapante derrota do grupo capitaneado pela governadora Roseana Sarney, afirmando que, a partir de agora, terá início uma espécie de queda de braço entre o chefes do Executivo e do Legislativo.
Qual nada. O DNA político do deputado Arnaldo Melo – e nessa avaliação, esclareça-se bem, não há qualquer insulto ou deboche à sua pessoa – praticamente em nada difere do perfil cromossômico dos deputados que publicamente professam fidelidade canina à governadora.
Fosse o novo presidente um Bira do Pindaré, por exemplo (menção esta que também não significa dizer, cabe ressaltar, que este deputado petista, apenas pelo fato de fazer real oposição a Roseana, seja necessariamente mais competente ou mais íntegro do que o seu colega eleito), aí sim, e com toda a certeza, as relações estes dois poderes se submeteriam a frequentes enfrentamentos institucionais, quando não de egos.
Que não se espere, portanto, que a vitória de Arnaldo Melo vá desencadear o surgimento de um novo momento, efetivamente repaginado e com outra oxigenação, da Assembleia Legislativa, ou que vá redundar, para glória e gáudio dos oposicionistas, em uma possível perda ou diminuição do poder de fogo do bloco roseanista. Salvo um ou outro episódico abalozinho sísmico de nada, que ninguém sentirá sob os pés, tudo continuará como dantes no Reino de Abrantes.
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