Passageiros e o motorista de um ônibus da Transbrasiliana, que ia de São Félix do Xingu a Imperatriz (MA), estiveram na manhã desta quinta-feira (10) na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil informando que foram assaltados por volta da meia-noite, nas proximidades de Água Azul do Norte, na BR-155. Segundo as vítimas, três assaltantes, todos encapuzados, fizeram a abordagem do ônibus e realizaram o assalto, que durou aproximadamente uma hora.
“Ao chegarmos a um povoado, nós íamos devagar por causa da quantidade de buracos na estrada, e três elementos entraram na frente. Eu parei, e eles dominaram o carro”, informou o motorista Neurivaldo Nunes de Araújo, de 34 anos. Os bandidos, armados com pistola, revólver e uma metralhadora, fizeram o motorista conduzir o carro por aproximadamente cinco minutos pela rodovia até ordenarem que ele entrasse numa vicinal.
“Andamos por dois quilômetros, e eles já mandaram todos descer. Depois que roubaram tudo, disseram para todo mundo entrar no ônibus e seguir viagem, dizendo ‘motorista, o pessoal vai entrar no ônibus rápido e pode vazar daqui’”, relatou o condutor. Enquanto o ônibus era manobrado, os três se enfiaram no matagal ao lado da vicinal. Neurivaldo trabalha na empresa há apenas sete meses e este já é o segundo assalto que ele sofre nas estradas. Os sustos agora são somados a muitos outros, pelos quais ele passou quando era funcionário de outras empresas.
TIRO NO ÔNIBUS
Os passageiros relaram que os bandidos fizeram um disparo de arma de fogo assim que abordaram o ônibus. Eles não agrediram ninguém, mas pareciam muito nervosos e permaneceram exaltados todo o tempo. Celso Ferreira de Souza, de 31 anos, vinha de Tucumã para Marabá e comentou que permaneceu de longe, prestando atenção em tudo o que acontecia. Segundo ele, quem mais sofreu foram os passageiros que estavam na frente e ficaram todo o tempo próximos dos criminosos.
“Eu fiquei sempre longe deles, tinha muita gente no ônibus, aproximadamente 30 pessoas. Eles colocaram todo mundo para fora e recolheram tudo o que os passageiros tinham. Acho que se alguém não obedecesse, eles teriam atirado para matar. Perguntaram ainda se tinha policial dentro do veículo porque, se tivesse, eles iam meter chumbo”, relatou o passageiro.
Apesar de não terem agredido ninguém fisicamente, Celso recorda que os sujeitos amedrontaram bastante as vítimas. “Fiquei muito mal na hora e pensei que iria morrer no meio daquele mato e naquela escuridão. Pensei que fosse meu último dia. A gente vê tanta coisa ruim por aí”, lamentou. Celso teve dinheiro, relógio, celular e todas as suas roupas roubadas durante a ação.
Luciana dos Anjos Lima, de 24 anos, ia de Ourilândia do Norte para Imperatriz e também passou por maus momentos. “Eu pensei que fosse morrer porque foi muito ruim. Eles estavam violentos e xingavam todo mundo”, informou, visivelmente assustada com o que passou. Ela confirmou o ódio demonstrado pelos bandidos em relação às forças policiais. “Perguntaram se tinha algum policial porque eles iam 'meter fogo' se tivesse”, declarou. Luciana teve dois celulares, óculos e perfume levados pelos bandidos. “Eu não tinha nada de muito valor”, finalizou
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