16 de nov. de 2010

Mulheres denunciam casos de violência na região tocantina



Cidades não tem atendimento adequado para registrar ocorrências contra mulher

Apesar da Delegacia da Mulher de Imperatriz não ser responsável pelos casos de violência que acontecem contra a mulher nos municípios vizinhos como Davinópolis, João Lisboa e entre outros, as mulheres desses municípios vem a Imperatriz para registrar essas ocorrências, porque, na maioria das vezes, essas localidades não tem um atendimento adequado.

Dos casos registrados na Delegacia da Mulher de Imperatriz, envolvendo este município e demais vizinhos, 88, 5% de ocorrências envolveram mulheres da cidade de Imperatriz e 1,36% dos casos ocorreram na zona rural deste município. Os casos que ocorreram em cidades vizinhas correspondem a um percentual de 2,83% das ocorrências registradas e 7,23% das mulheres que deram queixas de agressões não informaram ou não souberam definir a localidade em que viviam.

Voltando ao município de Imperatriz no ano de 2009, os tipos de ocorrência mais comuns, que foram registradas nesse ano, estão os crimes: de ameaças, onde foram registrados 447 casos, isso equivale a uma porcentagem de 46,85%; em seguida vem a lesão corporal, com 160 casos, o que equivale a 16,77% e, na seqüência, a injúria, com 108 casos, correspondendo a 11,32%.

Ainda no ano de 2009, Imperatriz obteve o maior número de incidência de crimes nos seguintes Bairros: Centro, com 109 casos registrados (12,89% ), incluindo a região do Entroncamento e Beira Rio; seguido pelo Bairro Bacuri, com 90 casos registrados (10,65%); em seguida vem o Bairro Nova Imperatriz, com 83 casos (9,82%) e por ultimo vem o Santa Rita com 48 casos (5,68%). Esses são os principais bairros que apresentaram o maior índice de denuncias durante o ano de2009.

No ano de 2010, nos meses de janeiro a setembro, foram registrados um total de 867 ocorrências de violência, em geral, sendo que desses casos, 533 correspondem à violência domestica familiar, conforme dados da 10ª Delegacia Regional-Imperatriz/MA, Delegacia Especial da Mulher.

Maria do Rosário Silva Rodrigues, coordenadora do Fórum de Mulheres de Imperatriz, conta como eles tem feito para proteger essas mulheres que são agredidas pelos seus parceiros: “existe a casa abrigo que é um lugar sigiloso, onde as mulheres que são ameaçadas de morte ficam lá. Então, elas ficam um período de dois a três meses, até construir a vida delas. Mas, a casa abrigo aqui, se encontra em uma situação precária, está sem alguns funcionários , como psicólogo, pedagogo. Mas enfim, na casa abrigo só ficam as mulheres ameaçadas de morte, quando ela está correndo perigo de vida, mesmo. Se não, ela tem que ficar em outro abrigo, em uma casa de passagem, em qualquer outro ambiente”.

“Além da Casa Abrigo, temos o CRAM (Serviço Especializado de Orientação a Mulher), onde temos psicólogos, advogados, toda orientação e acompanhamento a essas mulheres vitimam de violência. Essas informações, geralmente elas recebem na delegacia quando ela presta queixa ou se alguém faz uma denúncia a equipe vai até a essa mulher e conversa com ela; porque muitas da vezes, essas mulheres sofrem violência mais não nos procura, por medo, vergonha. Então, essa equipe é exatamente para esclarecer os direitos dela, para fortalecê-la e que ela possa criar coragem e fazer a denúncia contra os agressores”, afirma Maria do Rosário do Fórum de Mulheres .

A coordenadora explica que a maior dificuldade das mulheres é lidar com o medo do próprio companheiro agressor e a vergonha de aparecer com esses problemas, porque esses problemas não são somente de mulheres pobres, mas de muitas mulheres da sociedade que são violentadas, agredidas e depois elas não tem a coragem de denunciar esses agressores. “Mas o que percebemos é que o maior medo delas mesmo, é do próprio agressor, quando fazem queixa retiram, por medo de repressão dele”, conta Maria do Rosário.

Questionada sobre a afirmação de que com a Lei Maria da Penha a violência aumentou, ela defende que o que aconteceu foi o número de denúncias. “A mulher hoje se sente mais fortalecida, protegida para fazer a denúncia. Por isso, o que aparenta é que a violência aumentou. De certa forma, hoje a mulher se sente mais fortalecida para denunciar seu agressor, por que aqui ela terá amparo da delegacia, tem o Fórum da Mulher, tem a Procuradoria da Mulher, a Casa Abrigo e a Secretária da Mulher; tudo isso tem dado mais força a essas mulheres que são agredidas pelos seus parceiros”, afirma Maria do Rosário Silva Rodrigues coordenadora do Fórum de Mulheres de Imperatriz.

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